Lilly quer amor; não apenas casamento!
Lilly Brody estava muito interessada no homem mais bonito da cidade: Tyler Kincaide. Mas não conseguia abrir a boca quando chegava perto dele!
Então, ao receber seu pedido de casamento, ela ficou feliz da vida... depois furiosa!
Como poderia se casar com um homem que não a amava, alguém que só queria uma babá para a filha?
O viúvo Tyler Kincaide não tinha a menor vontade de se casar de novo.
Mas precisava de alguém muito especial para ajudar a criar a filha, Melody Ann. Lilly Brody era a pessoa ideal, mas Tyler não conseguia entender os motivos de sua recusa.
A moça realmente o intrigava. Então ele passou a ter vontade de lhe oferecer tudo.
Uma família, casamento de verdade e... seu amor.
Mas será que ela iria aceitá-lo?
Capítulo Um
Sweet Springs, Texas, 1880
Lilly sabia que estava sendo seguida. Passando a mão por entre os cabelos, num gesto característico de quando estava nervosa, tratou de apertar o passo. A poucos metros de distância, Tyler Kincaide apertou o dele.
Ela engoliu em seco, rezando para chegar logo a seu destino. Era só aquele fazendeiro lindo e atraente lançar um olhar em sua direção e seu coração parecia prestes a sair-lhe pela boca. Era sempre assim. Não adiantava dizer a si própria que não passava de uma menina louca. A verdade era que não conseguia lutar contra as estranhas emoções que aquele homem lhe despertava.
Mas que situação desagradável!
Muito alta, muito magra e muito sem graça, Lilly não tinha ilusões a seu próprio respeito. Jamais poderia atrair o charmoso fazendeiro, mas só o fato de vê-lo sorrir fazia com que se sentisse... uma mulher de verdade.
Mais do que uma mulher de verdade, aliás. Uma mulher quase desejável.
Desesperada para sumir de vista, começou a andar ainda mais depressa. Então, sem nem olhar por onde pisava, tropeçou numa pedra... e caiu no chão, levantando poeira.
— Ah, não!
Uma voz masculina soou a seu lado.
— Bom dia, Lilly. Posso ajudá-la?
Completamente mortificada, ela olhou para a mão que lhe era estendida. Mãos grandes, fortes, cheias de calos. Não conseguiu desviar o olhar. Eram mãos que faziam parte de suas fantasias mais loucas. Quantas e quantas vezes, na solidão do quarto escuro da pensão onde morava, havia sonhado acordada com coisas que jamais iriam acontecer.
Agora, por um breve instante, ela desejava ser outra pessoa. Alguém que Tyler Kincaide tivesse vontade de abraçar numa noite fria de inverno.
Não. Tinha de parar com aquele monte de pensamentos sem sentido. O atraente fazendeiro jamais iria desejá-la. E mesmo que desejasse... ela não iria saber o que fazer para agradá-lo. Sua experiência com o sexo oposto era extremamente limitada. Nula, na verdade.
— Lilly?
Ela estava vermelha como um pimentão. Cair em cima do próprio traseiro no meio da principal rua da cidade era algo tenebroso. Mas fazê-lo diante do homem mais bonito de todo o Texas era algo mais tenebroso ainda.
Como ela não respondesse, Tyler ajoelhou-se a seu lado.
— Você está machucada?
Lilly deu um sorriso sem graça.
— N... não. Acho que não. É que detesto bancar a idiota, só isso.
Tyler olhou para a pedra que causara todo o problema.
— Qualquer um poderia ter tropeçado nisso aqui. Essa rua está cheia de entulhos.
Dessa vez, quando ele ofereceu sua mão, Lilly aceitou. Ignorando os pensamentos indecentes que começaram a povoar-lhe a mente, ela se levantou.
— Obrigada.
— Eu estava mesmo querendo falar com você, Lilly. Posso acompanhá-la até o empório?
Ela não pôde deixar de sorrir. Sem ser seu pai, Tyler Kincaide era o único homem que a chamava pelo apelido.
— S... sim, é claro.