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Prisioneira Apaixonada

Prisioneira Apaixonada



Seqüestrada na noite do noivado!

América do Norte, 1873. 
O que as pessoas pensariam de Jenny Eriksen? 
Afinal, ela desaparecera na noite da festa de seu noivado! 
Agora, lá estava ela, trancafiada num saloon de uma cidadezinha do Oeste, à mercê de Luke McLintock, o homem que a roubara do noivo... não só seu corpo, mas também a alma e o coração! 
Luke McLintock não podia deixar sua missão falhar. 
Sim, ele "seqüestrara" a noiva de seu amigo de infância - mas só porque Jenny Eriksen era a chave para o futuro de uma criança. 
Mas Luke não contava com a forte atração que sentiria por aquela culta e refinada dama de Boston. 
Assim, não podia imaginar como seria sua vida depois que ela partisse...

Capítulo Um

Denver, setembro de 1873
Alto, forte, perigoso... Quem era ele?
Jenny Eriksen viu o estranho na rua deserta. Suas pulsações aceleraram de maneira inesperada.
Caminhando devagar, o estranho passou pelos álamos, pelo estábulo, depois pelas traves de amarrar cavalos recentemente pintadas da cafeteria. Ombros largos e pernas compridas, o homem movia-se com total controle dos músculos. Com o coldre nos quadris, o Stetson enterrado na cabeça, esse era o tipo de homem que ela preferia evitar naquela cidade primitiva, onde predominava a exploração de minérios.
Por um instante, Jenny parou de respirar.
Acabara de sair do salão de baile com a governanta. A princípio, até sentira-se aliviada por escapar do baile de caridade, mas agora, já não se sentia tão segura. Na brisa fria da noite, ela avaliou o rosto bem barbeado do estranho.
Céus, como ele era bonito! Mas o que o diferenciava dos outros homens era o ar de isolamento, de perigo. Os passos largos, cadenciados, e os movimentos graciosos e firmes indicavam autoridade. 
Definitivamente, um homem por quem jamais se interessaria. Ela preferia um homem mais brando, que usasse mais cabeça e menos as mãos. Um homem como o maravilhoso Daniel, seu noivo.
O vento batia em seus ombros nus e balançava as mangas do seu vestido de veludo azul. O som do piano executando uma música conhecida pairava pela noite fria, amenizando a tensão e lembrando-a de que estava em segurança. Apertou o xale de penas de pavão ao redor do corpo.
— Seis meses em Denver, e ainda não me acostumei com estranhos portando revólveres — ela murmurou.
Ao lado dela, o vestido de cetim de Olívia farfalhava.
— Pelo menos em Boston, eles os escondem.
Dobrando uma esquina, o estranho desapareceu na rua estreita. Jenny varreu-o do pensamento. Contemplando a lua minguante, ela relaxou e sorriu. Naquela noite, durante o baile, Daniel anunciara formalmente o noivado deles. E de tão feliz, ela se conteve para não sair rodopiando pelo salão.
Mais quatro meses, e seria a Sra. Daniel Kincaid. Realmente, ela era uma mulher de sorte. Não fora Daniel quem organizara aquele adorável baile de caridade? Que homem mais gentil e encantador! Sábia decisão a do pai dela, ao firmar aquele compromisso.
Dois meses não era muito tempo entre o primeiro encontro e o noivado, ela admitia, mas não se preocupava. Afinal, seu maior sonho sempre fora formar a sua família. Ela e Daniel tinham uma base sólida de companheirismo e respeito. Amor e paixão nasceriam daí.
Olívia ajeitou o xale de franjas longas.
— Você avisou Daniel que íamos para casa?
— Eu tentei, mas ele estava conversando com o banqueiro e a esposa, pleiteando uma generosa doação. Eu não poderia aproximar-me deles com o corpete do vestido aberto. — Bem-humorada, ela olhou para o ponto onde deveria existir um botão, e apertou mais o xale ao redor do corpo. A bolsa de contas balançou em seu pulso.
— Mas deveríamos ter avisado alguém...
— Se alguém mais visse meu vestido assim, eu morreria de vergonha. A casa de Daniel fica logo ali na esquina. O mordomo não pode deixar o baile, pois está servindo os drinques no bar, mas ele me falou onde guarda a caixa de costura. Ele me deu a chave da casa.
— Bem... uma caminhada ao ar livre é mais do que bem-vinda. Meus olhos estão ardendo por causa da fumaça dos cigarros, e meu nariz... — Olívia, mais uma irmã do que governanta, tagarelava em seu jeito descontraído, num tom de voz que sempre acalmara Jenny, desde que ambas eram crianças.
Jenny tocou nos cachos de cabelos presos no alto da cabeça. 
Ela preferia tê-los penteado da maneira habitual, mas acabara concordando que as irmãs Windsor, vizinhas de Daniel, a penteassem.
 Seus cabelos eram lisos e finos como fios de seda, mas para não desagradar as duas anciãs, concordara com os caracóis e o pó. 
Pó nos cabelos não era usado havia décadas!
Porque era a primeira vez em duas semanas, desde a perda do amado gato, que Jenny via as vizinhas sorrirem, ela não tivera coragem de recusar o oferecimento delas.
Muito obrigada, mas não. Precisava praticar para dizer essas palavras mais vezes.
Elas dobraram a esquina, passando por casas imensas de pedra e cedro. As saias ondulavam em seus tornozelos. Na manhã seguinte, Jenny acordaria cedo. 
Finalmente, o caixote com os tecidos chegara do leste, e ela ansiava por cortar seu vestido de noiva. 
Em Boston, sua finada avó ensinara-a a cortar e costurar as mais finas roupas de baixo, lingeries, era assim que os franceses as chamavam, e isso era um passatempo muito agradável para Jenny.
Infelizmente, ela não conseguira convencer Daniel que uma loja de lingeries seria apropriada para uma mulher de sua condição social, embora esse fosse seu sonho desde os quatorze anos de idade. 
Quando ele decidiria sobre qual tipo de loja que ele considerava apropriado?

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