Quando recebe a notícia de que seu melhor amigo está em apuros, Holt Mckettrick abandona tudo e parte para o Texas!
Resoluto e em marcha acelerada, ele apenas reza para chegar a tempo de salvar o homem que o criou como um filho.
Holt sabia que bandidos cruzariam seu caminho, mas não imaginava conhecer uma mulher como Lorelei Fellows, ateando fogo ao seu vestido de noiva em plena praça pública.
Cansada de ser um joguete nas mãos dos homens, tudo o que ela quer é se tornar independente.
A presença marcante de Holt deixa tudo mais complicado… Afinal, como ignorar um homem com uma mira certeira e um coração faminto?
Capítulo Um
Território do Arizona, 12 de agosto de 1888
Holt Mckettrick enganchou um dedo sob o elaborado colarinho em uma tentativa vã de afrouxá-lo um pouco.
Os convidados do casamento circulavam na grande extensão de terra gramada ao lado da casa principal do rancho Triple M. A elegância de seus trajes se encontrava mosqueada pelas sombras tremeluzentes dos jovens carvalhos que prosperavam na propriedade.
Em um canto, dois violinistas tocavam uma versão melancólica de Lorena. Havia um porco inteiro assando na cova que os três meios-irmãos de Holt haviam cavado no chão e forrado com pedras planas retiradas do riacho. O bolo de casamento, confeccionado pelas suas cunhadas, era tão grande quanto uma carroça, e uma longa mesa – um arranjo improvisado de tábuas apoiadas sobre meia dúzia de barris de 50 litros – oscilava sob o peso da comida que daria para uma semana inteira.
O velho e o restante da família McKettrick não pouparam esforços ou gastos para tornar a celebração memorável. Holt supôs que poderia estar apreciando o evento tanto quanto o companheiro a seu lado... se não fosse ele o noivo.
Alguém bateu em suas costas em uma jovial saudação, e Holt quase derramou na parte da frente do elegante terno o copo de ponche de frutas, generosamente misturado com uísque da garrafa de seu irmão Rafe.
– Acho que o reverendo está chegando – disse o pai, Angus McKettrick, apontando para um cavaleiro que se aproximava, atravessando as águas ensolaradas do riacho, em um trote firme e veloz. – Já não era sem tempo. Eu estava começando a pensar que teria que mandar alguém buscar esse padre aleijado.
Holt engoliu em seco e olhou de soslaio. Uma onda de calor arrepiou-lhe os cabelos da nuca. Algo se agitou dentro dele, uma doce e inquietante sensação, como costumava sentir nas noites quentes de verão, quando a brisa das montanhas lhe envolvia o cérebro como uma voz chamando-o de volta ao Texas.
– Acho que sim – murmurou, desejando saber aonde Rafe fora com aquela garrafa, mas não desviou o olhar do cavaleiro para esquadrinhar a multidão.
O recém-chegado, com as feições escondidas sob o brilho da luz do meio da tarde, impeliu o cavalo a subir a margem do riacho, homem e montaria espirrando água cristalina para todos os lados, à medida que se aproximavam.
– Margaret é uma boa mulher – Angus afirmou.
Seu velho pai tinha o hábito de dizer algo de repente que nada tinha a ver com o que se estava falando.
– Quem? – perguntou Holt, distraído. A pele entre as suas omoplatas coçava, e o suor lhe escorria pelo peito, molhando-lhe o algodão engomado da camisa.
– Sua noiva – respondeu o pai, exasperado.
Com o canto do olho, Holt viu Angus puxar o nó da gravata. Com certeza, a esposa dele, Concepcion, a havia apertado com tanta força quanto as fitas de um espartilho.
O cavaleiro alcançou o pátio, desmontou com a graça de um vaqueiro experiente, deixando as rédeas pendentes, e caminhou direto para Holt.
– Esse dali não é o padre – comentou Angus desnecessariamente e com preocupação. Embora não tivesse muito estudo, o velho lia até os olhos saltarem das órbitas, e, quando cometia um deslize de gramática, significava que estava nervoso.
Holt olhou para a casa, onde a srta. Margaret Tarquin, sua futura esposa, se encontrava trancada em um quarto do andar superior, arrumando-se para a cerimônia e, em seguida, foi ao encontro do mensageiro.
Os violinistas pararam de tocar com um agudo estridente, e o silêncio recaiu sobre a multidão. Até mesmo as crianças e os cães ficaram quietos.
– Estou procurando por Holt Cavanagh – anunciou o recém-chegado. Sua calça de sarja estava molhada pela água do riacho, e o jovem tremia, apesar do calor daquela brilhante tarde de agosto. – É você, suponho.
Holt assentiu com um movimento brusco de cabeça. Não lhe ocorreu explicar que deixara de usar o nome Cavanagh, uma vez que ele e o pai haviam feito as pazes, e adotara o sobrenome McKettrick.
Angus se aproximou, com o cenho franzido. Rafe, Kade e Jeb, que não se encontravam à vista até então, se materializaram como se tivessem saído de uma miragem ondulante, assombrando o terreno como fantasmas.
Holt e os irmãos tiveram algumas desavenças durante aqueles três anos em que se familiarizaram, e ainda continuavam tendo, mas sangue era sangue.
Território do Arizona, 12 de agosto de 1888
Holt Mckettrick enganchou um dedo sob o elaborado colarinho em uma tentativa vã de afrouxá-lo um pouco.
Os convidados do casamento circulavam na grande extensão de terra gramada ao lado da casa principal do rancho Triple M. A elegância de seus trajes se encontrava mosqueada pelas sombras tremeluzentes dos jovens carvalhos que prosperavam na propriedade.
Em um canto, dois violinistas tocavam uma versão melancólica de Lorena. Havia um porco inteiro assando na cova que os três meios-irmãos de Holt haviam cavado no chão e forrado com pedras planas retiradas do riacho. O bolo de casamento, confeccionado pelas suas cunhadas, era tão grande quanto uma carroça, e uma longa mesa – um arranjo improvisado de tábuas apoiadas sobre meia dúzia de barris de 50 litros – oscilava sob o peso da comida que daria para uma semana inteira.
O velho e o restante da família McKettrick não pouparam esforços ou gastos para tornar a celebração memorável. Holt supôs que poderia estar apreciando o evento tanto quanto o companheiro a seu lado... se não fosse ele o noivo.
Alguém bateu em suas costas em uma jovial saudação, e Holt quase derramou na parte da frente do elegante terno o copo de ponche de frutas, generosamente misturado com uísque da garrafa de seu irmão Rafe.
– Acho que o reverendo está chegando – disse o pai, Angus McKettrick, apontando para um cavaleiro que se aproximava, atravessando as águas ensolaradas do riacho, em um trote firme e veloz. – Já não era sem tempo. Eu estava começando a pensar que teria que mandar alguém buscar esse padre aleijado.
Holt engoliu em seco e olhou de soslaio. Uma onda de calor arrepiou-lhe os cabelos da nuca. Algo se agitou dentro dele, uma doce e inquietante sensação, como costumava sentir nas noites quentes de verão, quando a brisa das montanhas lhe envolvia o cérebro como uma voz chamando-o de volta ao Texas.
– Acho que sim – murmurou, desejando saber aonde Rafe fora com aquela garrafa, mas não desviou o olhar do cavaleiro para esquadrinhar a multidão.
O recém-chegado, com as feições escondidas sob o brilho da luz do meio da tarde, impeliu o cavalo a subir a margem do riacho, homem e montaria espirrando água cristalina para todos os lados, à medida que se aproximavam.
– Margaret é uma boa mulher – Angus afirmou.
Seu velho pai tinha o hábito de dizer algo de repente que nada tinha a ver com o que se estava falando.
– Quem? – perguntou Holt, distraído. A pele entre as suas omoplatas coçava, e o suor lhe escorria pelo peito, molhando-lhe o algodão engomado da camisa.
– Sua noiva – respondeu o pai, exasperado.
Com o canto do olho, Holt viu Angus puxar o nó da gravata. Com certeza, a esposa dele, Concepcion, a havia apertado com tanta força quanto as fitas de um espartilho.
O cavaleiro alcançou o pátio, desmontou com a graça de um vaqueiro experiente, deixando as rédeas pendentes, e caminhou direto para Holt.
– Esse dali não é o padre – comentou Angus desnecessariamente e com preocupação. Embora não tivesse muito estudo, o velho lia até os olhos saltarem das órbitas, e, quando cometia um deslize de gramática, significava que estava nervoso.
Holt olhou para a casa, onde a srta. Margaret Tarquin, sua futura esposa, se encontrava trancada em um quarto do andar superior, arrumando-se para a cerimônia e, em seguida, foi ao encontro do mensageiro.
Os violinistas pararam de tocar com um agudo estridente, e o silêncio recaiu sobre a multidão. Até mesmo as crianças e os cães ficaram quietos.
– Estou procurando por Holt Cavanagh – anunciou o recém-chegado. Sua calça de sarja estava molhada pela água do riacho, e o jovem tremia, apesar do calor daquela brilhante tarde de agosto. – É você, suponho.
Holt assentiu com um movimento brusco de cabeça. Não lhe ocorreu explicar que deixara de usar o nome Cavanagh, uma vez que ele e o pai haviam feito as pazes, e adotara o sobrenome McKettrick.
Angus se aproximou, com o cenho franzido. Rafe, Kade e Jeb, que não se encontravam à vista até então, se materializaram como se tivessem saído de uma miragem ondulante, assombrando o terreno como fantasmas.
Holt e os irmãos tiveram algumas desavenças durante aqueles três anos em que se familiarizaram, e ainda continuavam tendo, mas sangue era sangue.