Depois de causar um grande impacto na temporada social Lady Sophia Cleeve surpreendeu a todos ao declarar que sua intenção era encontrar um homem honesto e decente de classe humilde, não se casar com qualquer almofadinha mimado da aristocracia.
Em meio ao choque geral de sua aparição Benedict Risely, Duque de Sharnbrook, se apaixonou perdidamente por ela.
Para conquistá-la, Ben decidiu ocultar seu título e riquezas e aceitar um emprego como criado pessoal de Sophia.
Logo as relações entre ambos adquiriram um matiz muito mais íntimo, mas à medida que seu amor florescia, aumentavam os temores de Ben pela reação de Sophia quando descobrisse que, assim como ela, ele também pertencia à nobreza…
Capítulo Um
Março, 1812
O Conde de Yardley olhou frustrado aos cachos negros de sua filha. Qualquer um poderia pensar que a cabeça encurvada e as mãos entrelaçadas expressavam uma atitude arrependida, mas seu pai não se deixava enganar. De jeito nenhum!
Um inconfundível vislumbre de malícia brilhava nos preciosos olhos verdes de Sophia, enquanto se esforçava por ocultar um provocador sorriso.
— Assim que se nega a pensar na proposta — ele reiterou tentando controlar seu gênio.
Qualquer outra mulher estaria encantada em receber quatro propostas matrimoniais desde sua chegada à cidade, tão somente duas semanas antes. Sua Sophia, entretanto, era muito especial a respeito.
Virou sobre seus calcanhares e atravessou a biblioteca para olhar pela janela.
— Posso saber ao menos por que a desagrada tanto Lorde Vale?
— Oh, não me desagrada, papai — assegurou sua filha descontente. — A verdade é que não o conheço o suficiente para formar uma opinião.
— Nesse caso, que dúvidas pode ter, além da necessidade de conhecê-lo melhor?
Sophia levantou finalmente a cabeça. Em seus olhos seguia brilhando uma ponta de malícia.
— Bem, além de ter mais de quarenta anos, é o único cavalheiro que conheço que poderia sentar-se em uma carruagem e olhar pelas duas janelas ao mesmo tempo.
Um som suspeitosamente parecido a uma risadinha afogada alcançou seus ouvidos. Virou-se para o bom homem e olhou as costas retas e o cabelo cinza de seu pai. Por haver completado setenta e um anos semanas antes, seu pai conservava uma excelente condição física.
— Papai, não pensará a sério que vou considerar a proposta de Lorde Vale, verdade?
Não, não o pensava, mas não estava disposto a admiti-lo.
— Parece se esquecer de que eu era mais velho que Lorde Vale quando pedi a mão de sua mãe.
— Certo, mas você foi um cavalheiro bonito e distinto… E ainda segue sendo.
— Não tente me persuadir com adulações, menina! — ele admoestou, tentando que sua filha favorita não o desarmasse com seus ardis. O que, por desgraça, sempre conseguia. — Muito bem, entendo sua recusa de pensar na proposta de Vale, mas o que me diz do jovem Farley?
Sophia arqueou suas finas sobrancelhas.
— Conhece bem Cedrid Farley? É um lunático!
Uma vez mais, Sua Senhoria teve que fazer um considerável esforço para ocultar seu regozijo diante da sinceridade brutal de sua filha.
— E Pelham e Neubert?
— Um par de fantoches sem cérebro!
— Deus, bendito! — exclamou Sua Senhoria. — Onde aprendeu a falar assim?
A expressão de Sophia evidenciava quão desnecessária lhe parecia aquela pergunta.
— Dos homens da casa, de quem mais?
O Conde voltou para sua escrivaninha, nada agradado por se encontrar de repente em desvantagem.
— Falarei com seu irmão quando o vir. Tem que aprender a frear sua língua quando estiver perto de você.
— Disseram que Marcus deve chegar a qualquer momento e que tem intenção de ficar na cidade uma semana ou duas. Creio que seria muito injusto que o repreendesse, papai — ela assinalou em defesa de seu meio-irmão. — Sobretudo quando você tampouco se preocupa em moderar sua linguagem quando está em minha presença.
O Conde esteve a ponto de lhe retrucar, mas pensou melhor e começou a folhear as cartas que recebera nas duas últimas semanas daqueles quatro desventurados pretendentes.
— Não pense que vou me esquecer do assunto, pequena trapaceira!
Série Escândalos da Sociedade
1-Um Casamento conveniente
2- Falsas Aparências
3- Dívida de Amor
4- A Melhor Companhia
5- Aguardem...
6- Um Bom Homem
— Assim que se nega a pensar na proposta — ele reiterou tentando controlar seu gênio.
Qualquer outra mulher estaria encantada em receber quatro propostas matrimoniais desde sua chegada à cidade, tão somente duas semanas antes. Sua Sophia, entretanto, era muito especial a respeito.
Virou sobre seus calcanhares e atravessou a biblioteca para olhar pela janela.
— Posso saber ao menos por que a desagrada tanto Lorde Vale?
— Oh, não me desagrada, papai — assegurou sua filha descontente. — A verdade é que não o conheço o suficiente para formar uma opinião.
— Nesse caso, que dúvidas pode ter, além da necessidade de conhecê-lo melhor?
Sophia levantou finalmente a cabeça. Em seus olhos seguia brilhando uma ponta de malícia.
— Bem, além de ter mais de quarenta anos, é o único cavalheiro que conheço que poderia sentar-se em uma carruagem e olhar pelas duas janelas ao mesmo tempo.
Um som suspeitosamente parecido a uma risadinha afogada alcançou seus ouvidos. Virou-se para o bom homem e olhou as costas retas e o cabelo cinza de seu pai. Por haver completado setenta e um anos semanas antes, seu pai conservava uma excelente condição física.
— Papai, não pensará a sério que vou considerar a proposta de Lorde Vale, verdade?
Não, não o pensava, mas não estava disposto a admiti-lo.
— Parece se esquecer de que eu era mais velho que Lorde Vale quando pedi a mão de sua mãe.
— Certo, mas você foi um cavalheiro bonito e distinto… E ainda segue sendo.
— Não tente me persuadir com adulações, menina! — ele admoestou, tentando que sua filha favorita não o desarmasse com seus ardis. O que, por desgraça, sempre conseguia. — Muito bem, entendo sua recusa de pensar na proposta de Vale, mas o que me diz do jovem Farley?
Sophia arqueou suas finas sobrancelhas.
— Conhece bem Cedrid Farley? É um lunático!
Uma vez mais, Sua Senhoria teve que fazer um considerável esforço para ocultar seu regozijo diante da sinceridade brutal de sua filha.
— E Pelham e Neubert?
— Um par de fantoches sem cérebro!
— Deus, bendito! — exclamou Sua Senhoria. — Onde aprendeu a falar assim?
A expressão de Sophia evidenciava quão desnecessária lhe parecia aquela pergunta.
— Dos homens da casa, de quem mais?
O Conde voltou para sua escrivaninha, nada agradado por se encontrar de repente em desvantagem.
— Falarei com seu irmão quando o vir. Tem que aprender a frear sua língua quando estiver perto de você.
— Disseram que Marcus deve chegar a qualquer momento e que tem intenção de ficar na cidade uma semana ou duas. Creio que seria muito injusto que o repreendesse, papai — ela assinalou em defesa de seu meio-irmão. — Sobretudo quando você tampouco se preocupa em moderar sua linguagem quando está em minha presença.
O Conde esteve a ponto de lhe retrucar, mas pensou melhor e começou a folhear as cartas que recebera nas duas últimas semanas daqueles quatro desventurados pretendentes.
— Não pense que vou me esquecer do assunto, pequena trapaceira!
Série Escândalos da Sociedade
1-Um Casamento conveniente
2- Falsas Aparências
3- Dívida de Amor
4- A Melhor Companhia
5- Aguardem...
6- Um Bom Homem