Anne Wynter pode não se quem ela diz que é…
Mas ela está se saindo muito bem como governanta de três bem nascidas jovens damas.
Seu trabalho pode ser um desafio; em uma única semana ela se encontra escondida em um armário cheio de tubas, brincando de rainha má em um jogo que poderia ser uma tragédia -ou poderia ser uma comédia, ninguém sabe- e com tendência a ferir o oh-tão-arrojado Conde de Winstead.
Depois de anos se esquivando de avanços indesejados, ele é o primeiro homem que verdadeiramente a tenta, e está ficando cada vez mais difícil se lembrar de que uma governanta não tem nada que flertar com um nobre.
Daniel Smythe-Smith pode estar em perigo mortal… Mas isso não vai impedir o jovem conde de se apaixonar. E enquanto ele espia uma mulher misteriosa no musical anual de sua família, ele promete persegui-la, mesmo que isso signifique passar seus dias com um menino de dez anos de idade que pensa que ela é um unicórnio.
Porém, Daniel tem um inimigo, aquele que jurou vê-lo morto.
E quando Anne fica em perigo, nada irá detê-lo até que garanta o seu final feliz.
Comentário revisora Jaqueline: O livro é gostoso de ler, tem uma dinâmica boa, recomendo para quem quer uma leitura leve, dou destaque para as meninas Smythe-Smith elas são hilárias.
Capítulo Um
Para uma dama que passou os últimos oito anos tentando não ser notada, Anne Wynter estava em uma posição desconfortável.
Em cerca de um minuto, seria obrigada a andar em um palco improvisado, onde estavam pelo menos 80 membros da crème de la crème da sociedade londrina, e se sentaria em um piano, para tocar. Que ela fosse dividir o palco com outras três jovens mulheres, era de algum consolo.
Eram membros do infame quarteto Smythe-Smith, que tocavam instrumentos de cordas e teriam que enfrentar o público.
Anne, pelo menos, poderia bater as teclas de marfim e manter a cabeça baixa.
Com alguma sorte, o público estaria concentrado na horrível música para prestar qualquer atenção à mulher de cabelos escuros, que foi forçada a intervir no último minuto para tomar o lugar da pianista, que tinha (como sua mãe declarou para quem quisesse ouvir) terrível e catastroficamente ficado doente.
Anne não acreditou nem por um minuto que Lady Sarah Pleinsworth estivesse doente, mas não havia nada que pudesse fazer sobre isso, se ela queria manter sua posição como governanta das três irmãs mais novas de Lady Sarah.
Mas Lady Sarah convenceu sua mãe, e esta decidiu pelo prosseguimento do show, que após contar uma história incrivelmente detalhada dos dezessete anos do musical Smythe-Smith, declarou que Anne tomaria o lugar de sua filha.
—Você me disse uma vez que tocava peças de Mozart no piano em Quarteto não? —Lady Pleinsworth lembrou.
Anne agora lamentava este fato, profundamente. Não parecia importar que Anne não tocava a peça em questão há mais de oito anos, ou que nunca a tinha tocado completamente.
Lady Pleinsworth não aceitaria argumentos. Anne foi transportada para a casa da irmã de Lady Pleinsworth, onde o show seria realizado e ensaiado por oito horas para a prática. Era ridículo.
A única graça era que o resto do quarteto era tão ruim que os erros de Anne eram quase imperceptíveis.
Na verdade, seu único objetivo na noite era não ser perceptível. Porque realmente não queria ser notada. Por uma série de razões.
—Está quase na hora. — Daisy Smythe-Smith sussurrou animadamente. Anne deu-lhe um pequeno sorriso. Daisy parecia não ter a percepção de que sua música era terrível.
—Sorte a minha. — Disse a voz estridente da irmã de Daisy, Iris, que tinha essa percepção.
—Vamos. — Disse Lady Honoria Smythe-Smith, sua prima.
—Será uma maravilha. Somos uma família.
—Bem, não ela. — Destacou Margarida, apontando a cabeça para Anne.
—Ela é, hoje à noite. — Declarou Honoria. — E mais uma vez, obrigada, Senhorita Wynter. Você realmente salvou o dia. Anne murmurou algumas palavras sem sentido, já que não podia levantar-se e dizer que não queria participar, ou que isso seria prazeroso.
Gostava de Lady Honoria. Ao contrário de Daisy, sabia o quão terrível elas eram, mas ao contrário de Iris, queria terminar com isso.
Era tudo sobre a família, Honoria insistiu. Família e tradição. Dezessete grupos de primas Smythe-Smith as precederam, e se Honoria saísse com a sua; mais dezessete viriam a seguir. Não importava como a música soava.
—Oh, não importa. — Iris murmurou. Honoria cravou sua prima levemente com seu arco de violino.
—Família e tradição. — Ela lembrou. —Isso é o que importa. Família e tradição.
Anne não teria se importado com nada disso. Embora, na verdade, não tivesse ido tão bem para ela na primeira vez.
—Você pode ver alguma coisa?— Daisy perguntou. Estava pulando de um pé para o outro com certo frenesi, e Anne já havia se afastado duas vezes, só para preservar os dedos.
Honoria, que estava mais perto do ponto de onde iriam fazer a sua entrada, acenou com a cabeça.
—Há alguns assentos vazios, mas não muitos. Iris gemeu.
—É assim todos os anos?— Anne não conseguia deixar de perguntar.
—Como o quê?— Honoria respondeu. —Bom, er…
Quarteto Smythe Smith
1- Assim Como o Céu
2- Uma Noite Como Esta