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Rendição

Rendição



Uma herdeira bela e corajosa…

Expulsa do seu lar ancestral por causa da traição de seu primo, a fascinante beldade escocesa Kayleigh Kerr encontra um novo destino em Nova Orleans como a famosa e orgulhosa batedora de carteiras a quem todo homem deseja, mas nenhum pode tocar.
Mantendo vivo o sonho de reclamar o que pertence a ela por nascimento, vê-se obrigada a fugir novamente…
Desta vez para os braços de St. Bride Ferringer, um belo desconhecido que não vai permitir que escape.
Um enigmático patife.… St. Bride era um homem que sabia o que queria. 
Viajou para Nova Orleans em busca de vingança, mas logo descobriu que queria mais: desejava Kayleigh de corpo e alma. 
Enfeitiçado pela formosa menina de rua que sonha com castelos escoceses, St. Bride jurou domá-la e fazê-la sua. 
Mas no furor da batalha que se estende entre ambos, St. Bride se vê rendido pelos encantos da mulher a quem chama de minha pequena feiticeira.

Comentário revisora Caro: Livro romântico, uma jovem idealista que sonha em voltar para casa,um mocinho decidido a ficar com ela e descobrir seus segredos.Muito bom e com bastante suspense, tem trechos onde roí as unhas ansiosa para ver o que ia acontecer. 

Capítulo Um

Maio de 1746.
Ofegante, Kayleigh despertou de seu pesadelo.
Cobriu seu rosto molhado com as mãos. Mas as inesgotáveis lágrimas só limparam parte da sujeira de suas faces. Ainda estava com o coração pulsando a toda velocidade e os ombros rígidos. 
E sentia como se estivesse se afogando por causa do ar pesado e úmido que a rodeava.
Ficou um longo tempo na escuridão pensando em Morna. Seu fantasma parecia que a perseguia, e desejava com todas as suas forças que sua irmã estivesse ali com ela nas largas noites de Louisiana e na difícil e solitária vida que levava agora.
Entretanto, sabia que não era possível. 
E seu único consolo era soltar um pequeno suspiro de decepção e fazer o que tinha feito mil vezes antes: deixar a sua imaginação voar até uma vida passada mais feliz, a que teve na Escócia, e que ainda sentia falta. 
Mas até esse pequeno alívio parecia estar fora de alcance essa noite. 
Por muito que tentou, não pôde sentir o toque do cetim francês se deslizando por sua pele.
Nem o reconfortante calor do fogo de madeira de abedul em uma tarde gelada. 
Inclusive a imagem do castelo de Mhor sob os translúcidos flocos da primeira neve do inverno apareciam dispersas em sua mente.
Estava esquecendo os detalhes que davam sentido a sua vida anterior.
Disse a si mesma que um ano longe do lar confundia as lembranças de qualquer um. 
Não entanto, se desesperava ao pensar que possivelmente nunca mais voltasse a lembrar, fechou os olhos com força e se obrigou a pensar em todas as cores e pormenores do passado para não esquecer nem um sequer.
—Kestrel, teve aquele pesadelo outra vez?
A frase chegou do outro extremo do escuro local. A voz não a chamou “Kayleigh”, seu nome escocês, a não ser “Kestrel”, o nome inglês de um pequeno falcão do Velho Mundo que sempre mantinha elevada a cabeça contra o vento.
—Não. — negou ela brandamente, tentando recordar os selos gravados no faqueiro de Mhor.
—Não, pequena, não me engana. —A voz a reconfortou na escuridão da primeira hora da manhã enquanto um comprido e ossudo dedo cravava nas suas costelas—. Nega tudo o que queira, mas desse maldito dia não se esquecerá.
—Já não me lembro de Mhor. Desapareceu. —sentou-se, abatida, pensando que as palavras eram mais verdadeiras do que imaginava.
—Vamos, Onde está o espírito que me desafiou a mata-la naquele dia na colina de Mhor? Enfrentou a mim de tal forma que não pude acabar com a sua vida e nos vimos obrigados a fugir até aqui.
—Possivelmente tenha desaparecido, Bardolph. O calor de Louisiana o levou. —Agitou o musgo sobre o qual dormia—. Nem consigo respirar. Por que não há um pouco de brisa fresca?
—Não posso fazer nada a respeito disso, mas trouxe uma coisa que te agradará.
Enquanto Bardolph o Escuro acendia a luz ao lado da janela, viu que olhava para ela com olhos escuros e afundados. Ela se levantou da cama feita de musgo verde cinzento e sacudiu seu andrajoso vestido. Imediatamente, um gatinho de pelagem escura se agarrou sonolento a sua saia, e logo se jogou em cima das baratas em busca de seu café da manhã.
—Qual é a sua surpresa, Bardie? Madrugou muito cedo para me trazer isso Ou ficou fora a noite toda?
Arqueou uma sobrancelha e o olhou. 
Certamente, Bardolph era uma criatura noturna. Com seu corpo magro e o comprido cabelo cinza, a escuridão era mais amável com ele do que podia ser sol. 
Não era agradável de olhar e nem era provável que alguém o quisesse, e, entretanto, ela o queria. 
Tinha salvado a vida dela e durante o último ano tentado que sua existência fosse suportável.
—Olhe!





 

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