No silêncio da noite, uma carruagem percorre as ruas que levam a casa do Anjo Caído, como é chamado o conde de Angelstone.
No interior da carruagem a jovem Prudence luta consigo mesma para levar adiante a difícil decisão que tem em suas mãos: salvar a vida de seu irmão, Trevor, a única pessoa com quem conta no mundo.
A mansão envolta em trevas encerra para Prudence, infinitos problemas que transformarão sua vida.
Um inusitado furacão de luxúria que abrirá as portas à sensações e paixões desconhecidas.
Comentário revisora Twiggy: Eu adoro a Amanda Quick, e isso não é nenhum segredo. Não me importa que todos os seus livros sejam iguais, porém diferentes, pois o que me encanta é o comportamento de suas protagonistas. E, dessa vez, como era de se esperar, não houve nenhuma mudança.
O livro começa muito bem, mas o que se tornou cansativo foi a repetição dos diálogos e trama arrastada.
O humor sempre presente em suas tramas, dessa vez foi coisa rara, mas nada que comprometa a leitura, ou que torne o livro desagradável. Afinal, nem sempre tudo dá certo, não é mesmo?
Capítulo Um
Na hora mais escura da noite, quase três da manhã, enquanto a névoa fria abraçava a cidade como um fantasma, Prudence Merryweather relutantemente decidiu que o tempo e a atmosfera seriam desconfortavelmente inadequados para visitar o homem conhecido como o Anjo Caído.
Ela estava trêmula, apesar de sua tenaz determinação, quando o coche de aluguel parou na porta da casa, envolvida pela névoa.
As novas lâmpadas de gás que haviam se espalhado por toda a cidade eram ineficazes na névoa espessa. Um estranho silêncio envolvia a rua fria e escura.
Os únicos sons eram o barulho carruagem e o bater dos cascos contra o calçamento.
Por um breve instante, Prudence pensou em pedir ao cocheiro que fizesse com que o coche alugado fosse diretamente para sua casa, mas reprimiu esse pensamento com a mesma velocidade com que havia lhe ocorrido.
Sabia que nesse momento não poderia hesitar, a vida de seu irmão estava em jogo.
Tomou coragem, ajeitou os óculos firmemente, e saltou da carruagem.
Puxou o capuz da velha capa de lã cinza para esconder o seu rosto quando começou a subir as escadas da casa com determinação. Atrás dela, o coche de aluguel começou a mover-se rua abaixo.
Prudence parou e virou-se rapidamente, assustada.
- Onde você acha que vai, meu bom homem? Eu disse que lhe daria algumas moedas extras para que você me esperasse. Só vou demorar apenas alguns minutos.
─ Não se preocupe, não, senhorita. Só estou ajustando as rédeas, é tudo. ─ O motorista era uma mancha escura, sem fisionomia, dentro do abrigo, coberto com um pesado casaco e chapéu abaixado, cobrindo suas orelhas. Falava muito confuso, por causa do gim que havia bebido durante toda a noite, para afastar o frio intenso.
─ Eu já disse que vou esperar.