Sua força silenciosa chegou até o coração dela...
Depois de sofrer torturas brutais durante muitos anos, Callum MacKinloch obteve, por fim, a liberdade de seus captores. Entretanto, sua voz continuou silenciosa.
Ele nunca tinha deixado que ninguém ouvisse seus gritos de sofrimento.
Embora as correntes de lady Marguerite de MontPierre fossem invisíveis, também era prisioneira dos planos de seu pai e, quando descobriu que Callum estava a ponto de morrer, sentiu uma dor inexplicável e uma poderosa atração por aquele guerreiro, embora soubesse que nunca poderia haver um futuro para os dois.
Entretanto, ela era a única pessoa que tinha o poder de dominar toda a raiva que havia em Callum…
Comentário revisora Ana Paula G.: Olha, sinceramente, eu admito não ser muito fã da Michelle Willingham!
Acho as histórias dela muito sofridas, por vezes fico até o final me perguntando se vai ter um final feliz...e não me surpreenderá nada o dia em que não tiver, pois a forma como ela conduz a história nos deixa sempre com a sensação de que se está tudo bem...logo algo muito ruim vai acontecer
Em contrapartida, as histórias dela são bem narradas, ela pesquisa e muito os fatos históricos e tenta ser o mais fiel possível aos costumes da época que retrata.
Eu gosto de histórias mais ‘reais’,apesar de achar que podem ser temperadas com algum humor, algo pra descontrair um pouco durante a leitura.É minha opinião, claro,os romances dela são bons, só que quando leio tenho sempre aquela sensação de ‘fatalidade’...kkkkk..não sei porque,mas tenho.
Capítulo Um
Escócia, 1305
Despertou por causa dos gritos de um homem.
Marguerite de MontPierre levantou-se de repente, agarrando-se à colcha, e olhou fixamente à sua donzela, Trinette.
—O que foi isso?
Trinette meneou a cabeça com uma expressão de medo.
—Não sei. Mas deveríamos ficar aqui, onde estamos seguras.
Marguerite se aproximou da janela da torre e olhou para fora, para o céu escuro. Os gritos do homem tinham parado. Ela sabia o que isso significava.
«Fique aqui», ordenou-lhe sua mente. «Não interfira».
Depois de tudo, o que podia fazer ela? Ela era uma moça sozinha de dezoito anos. Tanto seu pai como lorde CairnRoss ficariam furiosos se saísse sozinha.
Entretanto, se alguém necessitasse de ajuda, que direito tinha ela de ficar em seu aposento? O medo não deveria impedir que socorresse a quem necessitava.
—Vou verificar o que é isso —disse a sua donzela— Você pode ficar aqui, se quiser.
—Não, milady, não. Seu pai não permitiria.
Estava certa. Marguerite imaginou a seu pai lhe ordenando que ficasse na cama com sua voz autoritária. Respirou profundamente; estava indecisa. Se ficasse ali, estaria a salvo e ninguém ficaria zangada com ela.
Mas alguém podia morrer. Aquilo não era uma questão de obediência, mas sim de salvar uma vida.
—Tem razão. O duque não me permitiria que saísse. Entretanto, não está aqui-murmurou Marguerite. Ela rezava todos os dias pedindo que voltasse o quanto antes, porque a cada dia que ele passava longe, sua vida se transformara mais e mais em um pesadelo.
Guy de MontPierre, o duque D’Avignois, não sabia o que estava acontecendo ali, porque o prometido de Marguerite se comportou sempre com grande cortesia para com sua família. O duque valorizava a riqueza e o status, e Gilbert de Bouche, o conde de CairnRoss, proporcionar-lhes-ia uma aliança forte com os ingleses. Uma filha jovem não podia esperar um casamento melhor.
Entretanto, embora o conde a tinha tratado de forma respeitosa e honrável, sua crueldade a horrorizava. Era um homem que acreditava firmemente que os escoceses eram escravos. Tinha capturado a vários prisioneiros de guerra, e ela os tinha visto construir muros de pedra durante horas intermináveis.
Trinette estremeceu e olhou à colcha.
—Não acredito que deseje enfurecer lorde CairnRoss saindo deste quarto.
Marguerite estava de acordo. Entretanto, os gritos do prisioneiro a obcecavam, aguilhoavam sua consciência. Tinha visto os escravos de CairnRoss. Estavam muito magros, e tinham a desesperança gravada no rosto. Desde que ela tinha chegado tinham morrido dois. E por aqueles gritos, suspeitava que estivesse morrendo outro mais.
—Não posso ficar de braços cruzados sem fazer nada —murmurou. —Do contrário, não serei melhor que o conde.
Foi vestindo a capa escura. Sua donzela suspirou de resignação e a ajudou a terminar de vestir-se antes de colocar sua própria roupa.
Eram mais das doze, e os soldados estavam dormindo nos corredores e na sala maior da torre de madeira principal. Marguerite avançou com as costas presa à parede e com o coração tremendo, enquanto passava junto aos homens.
Seu pai tinha deixado meia dúzia de soldados para que ela tivesse sua própria guarda.
Sem dúvida, deteriam-na se despertassem.
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Clã MacKinloch
1 – Reclamada por Seu Marido
2 – Esquecida por Seu Marido
3 - Craving the Highlander's Touch - Na lista
4 – Brumas do Silêncio - Editora - Voz Do Coração
5 -Rescued by Her Highland Warrior - Highlanders anthology